03 dezembro 2008

DINHEIRO PARA SOCORRER SANTA CATARINA É DESVIADO

Calma pessoal, isso ocorreu no aguaceiro que caiu no litoral catarinense em 1838.

Recebi do Germano Woehl Jr. este email que repasso aos amigos leitores.

Eu héin??!! Ainda bem que estamos no século XXI ....será???!!!

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CONSTA DA "MEMÓRIA HISTÓRICA DA PROVÍNCIA DE SANTA CATARINA", ESCRITA EM 1856, PELO MAJOR MANOEL JOAQUIM DE ALMEIDA COELHO E REEDITADA PELO IHGSC EM 2005.


"No ano de 1838, nos dias 9, 10 e 11 de março foi a Ilha, e toda a costa da Província acometida de um temporal de chuva e vento da parte de leste tão rijo, que abriu enormes rasgões pelos morros, quase toda a lavoura ficou rasa; todas quantas pontes haviam desaparecido; na capital rebentaram olhos d'água mesmo em terrenos muito elevados, algumas casas foram arrasadas e conduzidas ao mar pela força das águas; na Freguesia de Nossa Senhora das Necessidades, mais conhecida por Santo Antônio, desapareceu a casa, aliás bem construída, do tenente Joaquim José da Silva, e conjuntamente com ele ficou sepultada toda a sua família composta de onze pessoas; na Várzea do Ratones outra casa com a família de João Homem teve a mesma sorte; em outros lugares da província consta que houveram outras vítimas.

O mar tornou-se, em grande distância da terra, vermelho de muito barro que recebeu; e mal se viu boiar em algumas partes animais, ou a fortuna de muitos lavradores. Muitas famílias ficaram reduzidas à penúria e miséria. Embarcação houve no porto da cidade, que virou a quilha por cima.

No último dia, porém, permitiu a Suprema Providência que começasse a acalmar o temporal, e só assim porque a continuar por mais 48 horas, de certo apareceriam depois sobre a costa, especialmente da capital, só montões ou ruínas, e tal qual edifício. Mal se pode calcular o Prejuízo da Província, e menos julgar o valor das terras que se tornaram inúteis.

Por Decreto da Assembléia Legislativa da Província nº 89 de 07 de abril desse ano foi a Câmara Municipal da capital favorecida com um suprimento para remediar os estragos mais sensíveis; e o digno deputado à Assembléia Geral Jerônimo Francisco Coelho pode ali obter que o Governo Imperial mandasse repartir pelos habitantes, a quem o temporal reduzira a penúria, 40 contos de réis; infelizmente, porém, é sabido que só vieram 20 contos, e que estes mesmo tiveram outra aplicação, muito distinta daquela que foram destinados.".

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